Voyeurismos sobre os ritmos da sensibilidade erótica
Des-Velo a Rosa da atávica Dor e a escondo em outro Horror!

domingo, 15 de abril de 2012

Naquele tempo, quando entrava-se e saía-se pelos espelhos...



"Naquele tempo, o mundo dos espelhos e o mundo dos homens não estavam, como agora, incomunicáveis. Eram, além diso, muito diferentes: não coincidiam nem os seres nem as cores nem as formas. Ambos os reinos, o especular e o humano, viviam em paz; entrava-se e saía-se pelos espelhos. Uma noite a gente do espelho invadiu a terra. Sua força era grande, porém ao cabo de sangrentas batalhas as artes mágicas do imperador Amarelo prevaleceram. Este rechaçou os invasores, encarcerou-os nos espelhos e lhes impôs a tarefa de repetir, como numa espécie de sonho, todos os atos dos homens. Privou-os de sua figura e reduziu-os a menos reflexos servis. Um dia, entretanto, livrar-se-ão dessa mágica letargia."
 
[J.L.B.]





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