Voyeurismos sobre os ritmos da sensibilidade erótica
Des-Velo a Rosa da atávica Dor e a escondo em outro Horror!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

!Involucra no solo el cuerpo, se no también el alma...







El Tango
“El tango no es um baile,
es uma obsessión.
Para el tanguero, es tan importante como comer y dormir.
Erótico y apasionado, inquietante y melancólico,
involucra no solo el cuerpo, se no también el alma.”




Em ti mesma, envolve-te!









Envolve-te em ti mesma, ó alma triste,
Talvez sem esperança haja ventura!

Antero de Quental
in 'Sonetos'











terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Tendria que llorar o salir a matar... Te vi, te vi, te vi... Yo no buscaba nadie y te vi.



À Cristina Limeira, amiga de estrada, o meu amor!






Un Vestido Y Un Amor 
  [Fito Paez]

Te vi... juntabas margaritas del mantel
Ya se que te trate bastante mal,
no se si eras un angel o un rubi O simplemente te vi.
Te vi, saliste entre la gente a saludar
Los astros se rieron otra vez,
la llave de mandala se quebro O simplemente te vi.
Todo lo que diga esta de mas,
las luces siempre encienden en el alma y cuando me pierdo en la ciudad, vos ya sabés comprender
Es solo un rato no mas, tendria que llorar o salir a matar.
Te vi, te vi, te vi... yo no buscaba nadie y te vi.
Te vi... fumabas unos chinos en Madrid
Hay cosas que te ayudan a vivirno hacias otra cosa que escribir
Y yo simplemente te vi.
Me fui... me voy, de vez en cuando a algun lugar Ya se, no te hace gracia este pais...
Tenias un vestido y un amor... yo simplemente te vi.
Todo lo que diga esta de mas, las luces siempre encienden en el almay cuando me pierdo en la ciudad, vos ya sabes comprender... es solo un rato no mas, tendria que llorar o salir a matar...
Te vi, te vi, te vi...
Yo no buscaba nadie y te vi. 









segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Até ser e não ser senão na sombra um raio...








PLENA MULHER, maçã carnal, lua quente,
espesso aroma de algas, lodo a luz pisados, 
que obscura claridade se abre entre tuas colunas?
Que antiga noite o homem toca com seus sentidos?

Pablo Neruda
in
Cem Sonetos de Amor




domingo, 18 de dezembro de 2011

Beijo roubado tem mais calor...


Até Sempre, Bela Évora!
À Ilha de Cabo Verde e ao Mar que tanto ama(va)s, 
somo as minhas lágrimas!





Cesária Évora
(Mindelo, 27 de agosto de 1941 — Mindelo, 17 de Dezembro de 2011)





Dizem que o beijo roubado
Embora seja de amor
É crime na terra, no céu é pecado
Mas o homem criminoso e pecador...

Para mim, está tudo errado
Beijo roubado tem mais calor
Quantos beijos eu ganhei do meu amor,
Eu não contei, nem ele contou

Mas nem um beijo
Foi mais beijo
Que o primeiro beijo
Que eu fingi negar, ele roubou.

Para mim, está tudo errado
Beijo roubado tem mais calor.






Bravo, Cesária, Bravo! 



sábado, 17 de dezembro de 2011

Darling, you send me honest you do, honest you do, honest you do!








"I just, I just, I just dare you to send me 
Guess I'ma a sinner 
Make me a longer 
I, I, I, I, I, I just can't stand it 
Thrill me, kill me 
Send me, send me baby 
Pretty baby"








domingo, 11 de dezembro de 2011

? Será que é o contrário... ? Será que é cenário...




Diz se é perigoso a gente ser feliz?









"Olha...
Será que ela é moça 
Será que ela é triste 
Será que é o contrário 
Será que é pintura 
O rosto da atriz"












sábado, 10 de dezembro de 2011

In Pector... Lis Pector





Clarice Lispector
10 de dezembro de 1920 * 09 de dezembro de 1977





http://tecidovivo.blogspot.com/2011/12/hora-de-clarice.html



"Porque o dia certo é o hoje...
ou A Descoberta do Mundo”
(Por Roberta Aymar)


8 de dezembro. Feriado santo em Recife, dia de Nossa Senhora da Conceição. Em outras épocas, “menos ortodoxas” ou “mais heterodoxas” – não sei muito bem, confusa que ando nesses tempos governados por tantas “politizadas consciências”, era possível se ouvir a batida do tambor para Iemanjá- "Yèyé omo ejá" ("Mãe cujos filhos são peixes"), Rainha do Mar, Orixá de muitas águas, que segundo os iniciados, que não ouso questionar, me governa ao lado de outra Senhora – Iansã, a de Oyá, Senhora dos ventos, das tempestades, armas, encantamentos e mistérios outros.

...E como um milagre de dia santo, amanheceu chovendo. Acho que de tanto eu desejar. Pedi chuva ao céu e choveu. De vez em quando, quase raro, algo na imensidão do “vazio” cósmico me atende. Não é Deus, eu sei!

Milagrosamente também, no dia de véspera desse feriado, dormi, de forma intensa e profunda, como há muito não dormia! Insones e “workaholics” não dormem, apenas são. Antes de dormir, um vento estranho, como os que assolam soturnamente aos quartos assombrados das tantas páginas que li e dos filmes que vi, invadiu também todo o continente do meu quarto e espalhou um volume inteiro, que estava sobre a cama, ainda não encadernado e paginado, de uma monografia intitulada provisoriamente de “Bioconstruções”, na qual me detinha em sua revisão.

Olhei o calhamaço de papéis espalhados a esmo... Não tive disposição de ordená-los no mesmo arranjo. Quase lamentei, mas sou pouca afeita à lamentação. Prefiro maldizer que lamentar. Nada arrumei... Coloquei à prova minhas idiossincrasias, contrariando à normalidade da minha natureza ordenadora e disciplinada no tocante as coisas condizentes ao ofício de professora e à ordem doméstica. 

Deitei na cama e dormi, ao lado de alguns enfadonhos livros de consultas técnicas e junto de outros de cabeceira, que de tanto lê-los tornaram-se quase meus amantes.

Acordei com a manhã ainda se fazendo aurora... Em trânsito, suave, doce e um pouco fria... Orvalhada, com cheiro e atmosfera de terra úmida. Então, percebi o quanto chovera na madrugada. E ainda chovia. Presente! Ai que presente! Chuva pra mim é como um desejado brinquedo de infância que estar por vir.
Da cama, olhei de soslaio para todas as generosas janelas que circunscrevem o espaço do meu quarto em “infinito particular”. Percebi que ainda chovia. 

Uma sensação de felicidade e tristeza invadiu meu ser eterna e coesamente dividido de intersecções oponentes. Pensei na situação de imersão involuntária do Estado de Santa Catarina. Logo passou. Talvez por um pequeno egoísmo ou, simplesmente, por estar à sorte e ao manejo de Eros se sobrepondo a Thanatos. Regida por um diferente e estranho agora, “aparentemente” circunstancial e provisório, da tristeza me desfiz. 

Levantei-me e fui à janela. Percorri a um só golpe de olhos toda a extensão do Rio Capibaribe. Nesse dia de Santa, ninguém caminhando às suas margens, nem mesmo os tristes cachorros sem dono ou os seis gatinhos amigos meus. Na Avenida Beira-Rio, poucos carros recalcitrantes, alheios ao mistério do dia, a passar devagar, “respeitosos” ao silêncio daquele início de manhã.

A chuva começou a aumentar e lavar o asfalto, com desenhados pingos, agora grossos, como nos mangás japoneses. Algumas vezes também molho o chão com pingos de choro como os que choram certos personagens infantis desses mangás. Preparei-me, como um samurai, para um ritual de purificação à guerra, e sai para caminhar na chuva.

Num dado momento, uma súbita vontade me invadiu de correr-correndo, como o “pequeno-grande” Antoine Doinel (Alter ego de François Truffaut) correu-correndo para o mar, no filme “Os Incompreendidos”. Comecei a pensar que deveria ser assim que Clarice Lispector, minha Clarice, se sentira algumas vezes na sua vida.

Continuei a correr e de cheio, outros pensamentos me solaparam. Pensei no que alguns “incômodos observadores" recentes me disseram, cada um à sua maneira de dureza e crueldade, sobre a minha relação de identificação(?), de transferência(?), de obsessão(?) com a escritora que tanto amo e que cujo amor não me faz mover-me de mim.

A sensação intermitente de não sei o quê, sem rosto e nome, fantasma, que me acompanha e persegue a tempo perdido e gelado, foi passando...
Lembrei do arquiteto Frank Gehry, de sua impactante e controvertida arquitetura e do que diz o arquiteto  sobre o seu inventivo processo de criação de formas arquitetônicas: “Começar?!... como é difícil começar!”

Então, comecei a correr, correndo... Corri-correndo para mim mesma, e fiz essa crônica de pedaços de mim, antes que um dia amanheça morta e com o seguinte atestado de óbito: “morreu de Clarice”, mas ao contrário de sua causa mortis, sem uma única só palavra.

Não quero morrer de Clarice (Haia = Vida) Lispector (Flor de Lis no peito/coração), pois justo não seria com ela, Clarice – Estrela da minha vida inteira. Mas viver... Viver como eu mesma... E à força das suas palavras e pensamentos somar a força das minhas meias palavras-inteiras.

Assim des-pedaço-me!

Roberta Rodrigues Aymar.


*Recife, 10 de dezembro de 2011.

*Esse texto, ora revisado, foi escrito em 8 de dezembro de 2008 
e publicado no original em:
http://tecidovivo.blogspot.com/2010/12/9-de-dezembro-clarice-lispector-tecido.html












quinta-feira, 8 de dezembro de 2011